quinta-feira, 2 de junho de 2011

"Quelso, novo disco de Eliezer Setton", por Givaldo Kleber














Givaldo Kleber escreve sua coluna sobre música no mais novo site da cultura alagoana www.alagoanos.com.br. E na sua edição de estreia traz o novo álbum do ELIEZER SETTON: "O quelso". Confiram:

Quelso, novo disco de Eliezer Setton


Alagoas tem um grande artista e ainda não se deu conta disso. Aos poucos, o Brasil está descobrindo-o e já lhe dando os devidos créditos. Ele é eficiente, perspicaz, produtivo e muito esmerado em tudo o que faz. Ele é: ELIEZER SETTON. Está de disco novo na praça: “O Quelso”. Título curioso para um álbum de xotes, baiões e forrós, recheado de novidades e surpresas.

Logo de primeira, o ouvinte estranha, mas de imediato se envolve com a notável letra de “A uma deusa”, cujo subtítulo é“O Quelso”. Ele conseguiu musicar um soneto, de autor desconhecido, que traz palavras que não se encontram em nenhum dicionário, nem no Google!, tais como: barcalantes, carmentórios, obálio, gâmbias, pijom, camençúrias e por aí vai... Mas, segundo o próprio Eliezer, no enciclopédico encarte do CD: “... musicalidade e poesia prescindem uma da outra, posto que sozinhas se completam. Ambas estão em cada uma”.

O encarte é enciclopédico porque é recheado de informações e explicações. Esclarece como e onde encontrou “O Quelso”; faz um verdadeiro tratado sobre a mandioca – explanação necessária para se entender o porquê da faixa “Farinha é de mandioca”, embora elucida, na letra da música, que “Nada contra quem pensasse/ que eu (a farinha) fosse de macaxeira”, como diz, por exemplo, Djavan, na sua “Farinha”. Consta também do encarte, um Glossário dando o significado de algumas palavras pouco conhecidas, nomes de cidades e expressões regionais que aparecem nas letras das músicas.

A faixa 4, traz de Aracaju “O jegue assobiador”, letra interessantíssima, inteligente e cômica, do saudoso Ismar Barreto, compositor já gravado por Eliezer em trabalhos anteriores.

Apesar de ser autor de um verdadeiro arsenal de composições, Eliezer prestigia outros compositores alagoanos e consegue dar um toque todo seu a criações consagradas como “Guacyra”, do satubense Héckel Tavares; “Ruas de Maceió”, de Roberto Beckér e “Saudade” de Tião Marcolino. Aliás, Eliezer já foi gravado por renomados ícones da música brasileira: Elba Ramalho, Jorge de Altinho, Marinês, Lecy Brandão, Zinho, Mastruz com Leite e mais recentemente Gilberto Gil, entre outros.

Ele tem o dom de transformar clássicos de outros gêneros em ritmos regionais. Além da supracitada “Guacyra”, ele se atreveu a transformar “Prece ao vento” (de Gilvan Chaves/Fernando Luís Câmera Cascudo e Alcyr Pires Vermelho) e, pasmem!, a clássica “Come d’habitude”(de Claude François/ Jacques Révaux/ Gilles Thibault) / “My way” (Paul Anka), tudo bem a seu jeito, com direito a alguns versos cantados em francês e em inglês!

Eita! É por isso que esse Eliezer é um artista tão respeitado por quem realmente sabe reconhecer - e admite! - o talento que ele tem. É um profissional polivalente! Digno de muitos aplausos.

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