terça-feira, 30 de março de 2010

Algo a respeito do artista

Eliezer Otílio Setton, nasceu em Maceió, em 21/01/1957, filho de Salomão Setton Neto, que foi Rei Momo do carnaval de Maceió por 19 anos consecutivos, e de Terezinha Otílio Setton, é cantor, compositor, forrozeiro, economista, comendador e cantador de hinos.
De sua lavra, podemos colher mais de 200 músicas, 8 CDs e um novo disco no prelo.

Discografia


Os festivais

Eliezer Setton, primeiro à esquerda. Chico Elpídio em primeiro plano

Começou a compor em 1976 e no ano seguinte participou do seu primeiro festival de música, o que resultou em sua primeira música gravada (Desesperança) e lhe proporcionou o ingresso no já existente Grupo Terra, grupo musical que é um marco da cultura alagoana do final dos anos 70 e início dos 80. O Terra tinha repertório próprio, sendo a maioria das composições de autoria dos componentes do grupo, e deixou seu registro fonográfico em três LPs de festivais e num LP solo pela Bandeirantes Discos, de São Paulo.
Em 1983, depois de distinguir-se no IV Festival Universitário de Música, promovido pelo DCE /UFAL, conquistando o 2º e 3º lugares como compositor, além do prêmio de melhor intérprete, aventurou-se como músico da noite atuando em Maceió, São Paulo (1984) e Rio de Janeiro (1985-1989), fazendo o tradicional voz e violão.
De novo em Maceió, continuou sua trajetória de festivais, culminando com as participações no Canta Nordeste (transmitido ao vivo pela Rede Globo de Televisão para toda a Região), onde foi finalista em 94 e 95 com
Serra Pau e Quem dera que sêsse, respectivamente.


Raizes

O forrozeiro


Compositor eclético, é na música nordestina que vem colhendo os melhores frutos. Da parceria com Pedro Sertanejo (pai de Oswaldinho do Acordeon) surgiu Campo Formoso, o primeiro forró com sanfona e tudo, gravado pelo próprio Eliezer, num disco do próprio Pedro, em 1982. Da parceria com Oswaldinho, nasceu, entre outras, Na Hora H, música que Elba Ramalho gravou em 1992 e foi indicada para o VI Prêmio SHARP. O casamento com o FORRÓ estava sacramentado e o compositor passou a ser gravado pelos intérpretes do cancioneiro nordestino.

Eu sou o forró



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A opção pelo forró


No dia 11 de agosto de 1995, no Circo Pirueta armado na pista de aeromodelismo da Praça Sinimbu, em Maceió, abrindo a primeira (e única) Mostra de Inverno de Música, no que seria seu primeiro espetáculo solo à frente de uma banda, o compositor convenceu o intérprete a trilhar também o caminho do forró.

Não há quem não morra de amores pelo meu lugar



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O primeiro CD



Cio do Grão


"Agradeço e dedico este trabalho a todos, presentes e ausentes, que me deram força ao longo de vinte anos de casamento com a música."
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Em junho de 1996, vinte anos depois da primeira composição, surgiu Cio do Grão, o primeiro disco da carreira do forrozeiro. O CD foi lançado pela SOMZOOM, a gravadora cearense que revolucionou o mercado do forró com a banda Mastruz com Leite. Neste disco destacamos: Asa Partida, que foi regravada pela banda Brucelose e por Leci Brandão; Bote Tempo que se tornou sucesso no Nordeste na voz de Santanna o Cantador; e Noite de Lua, uma homenagem a Luiz Gonzaga.

Bote tempo

Asa partida

O segundo CD


Das coisas da minhas terra

Em 1998, o segundo disco: Das coisas da minha terra. É mantida a opção forrozeira. Destaque para a faixa-título pela intertextualidade folclórica; também para Maragogi pela beleza vigorosa do arranjo de metais que emoldura o baião; e pro xote romântico D’estar que veio a ser outro sucesso na voz de Santanna o Cantador, pra depois ressurgir, em 2009, na voz de Elba Ramalho, como a segunda música de Eliezer Setton a ser gravada por ela.

Texto extraído do encarte do Disco

"Gravado de dezembro/97 a março/98, com apoio moral e espiritual de minha família, de meus amigos e de todos os que acreditam e me fazem crer que o meu compromisso com a arte que me foi confiada é do tamanho da alegria que ela possa promorcionar, tanto aos que dela desfrutam, quanto a mim que gozo do privilegio de ser o seu porta-voz."






D'estar, interpretada por Eliezer e Elba Ramalho

D'estar - música de Eliezer Setton interpretada por Santanna o Cantador

O terceiro CD


Ventos do Nordeste

Em 2000 é a vez de Ventos do Nordeste. Feito em casa, pode ser a denominação que resuma o que é o trabalho. O violão do próprio autor-intérprete estreia em disco e cerra fileira com sanfona, violino, violoncelo, flauta e percussão para produzir um acústico. O trabalho foi abraçado pela gravadora Rob Digital (RJ) e lançado para todo o Brasil. Vários são os destaques: Eu sou o forró e Só quero quem me quer que entraram na trilha do filme Anjos do Sol, vencedor de 6 kikitos, inclusive o de melhor filme, em Gramado 2006, sendo que Eu sou o forró já colocara seu autor numa coletânea brasileira da Sony Music da França, em 2003, ao lado de Baden Powell, Tom Jobim, Chico Buarque, João Bosco e Milton Nascimento; Natal Nordestino, pela reinvenção do natal; e Não há quem não morra de amores pelo meu lugar que veio a ser a página de Alagoas na Agenda 2009 da CEF, com tiragem de 330 mil exemplares, e o conceito temático escolhido pelo SEBRAE/AL para a 15ª ARTNOR (Feira de artesanato do Norte e Nordeste), em janeiro de 2010.

OUÇA MÚSICAS DO DISCO CLICANDO EM "Mais informações"

D'estar, Coco 2000 e Ponta de lápis

Coco 2000 - com o grupo coco de roda Reis do Cangaço

Saudade matadeira



cortesia de www.letras.com.br

Não há quem não morra de amores pelo meu lugar



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O quarto CD


Oração do forró

Em 2003, Oração do Forró. Também produzido em Maceió, este CD traz a mistura dos perfis dos três que o antecederam. Se nos dois primeiros a formação de banda recebeu cordas e metais, respectivamente, e no terceiro imperou o acústico, neste quarto trabalho teve espaço pra um pouco de tudo. E haja destaque: Na Hora H, parceria com Oswaldinho que Elba tinha gravado em 1992; Cabeça com bóbi X Barriga crescida que o Mastruz consagrou em 1995; Terço de Separação que havia sido gravada por Jorge de Altinho e Alcymar Monteiro; e Um Coco para Jacinto, uma homenagem a Jacinto Silva, alagoano de Palmeira dos Índios, um dos pilares da música nordestina.


Homenagens

(textro extraído do encarte do disco)

"Um coco para Jacinto é dedicado a Jacinto Silva (Sebastião Jacinto da Silva - Palmeira dos Índios-AL 13/08/1933 - Caruaru-PE 19/02/2001), um dos pilares da Música Popular Brasileira Nordestina (MPBN); Pastoril de sempre, é uma compilação de jornadas que eu dedico à memória de minha mãe, Terezinha, mestra do pastoril do Rás Gonguila, à minha tia Olga e a todo o Grupo Folclórico da 3 Idade do SESC-AL; e a professora Maria José Carrascosa."



Cabeça com bóbi X barriga crescida - Interpretação da banda Mastruz com Leite

O quinto CD




O carnaval alagoano de Eliezer Setton


Em 200Em 2004, o forrozeiro se permitiu a realização de um projeto há muito acalentado e produziu O Carnaval Alagoano de Eliezer Setton. O CD que nasceu pra ser um apêndice, findou por ocupar seu lugar como disco de carreira e acenou para um leque de possibilidades para o intérprete. Clássicos do carnaval de Alagoas juntaram-se às inéditas A Terra é azul, onde o autor-intérprete exalta o CSA, seu time do coração, e Eu sou o CRB, onde ele exercita seu altruísmo para cantar o arqui-rival. Para coroar o repertório, sucessos perenes do cancioneiro alagoano ganharam versões carnavalescas, assim como os hinos oficiais de Alagoas e de Maceió também caíram no frevo.ção de um projeto há muito acalentado e produziu O Carnaval Alagoano de Eliezer Setton. O CD que nasceu pra ser um apêndice, findou por ocupar seu lugar como disco de carreira e acenou para um leque de possibilidades para o intérprete. Clássicos do carnaval de Alagoas juntaram-se às inéditas A Terra é azul, onde o autor-intérprete exalta o CSA, seu time do coração, e Eu sou o CRB, onde ele exercita seu altruísmo para cantar o arqui-rival. Para coroar o repertório, sucessos perenes do cancioneiro alagoano ganharam versões carnavalescas, assim como os hinos oficiais de Alagoas e de Maceió também caíram no frevo.

Cabeça com bóbi X Barriga Crescida, Eu sou o CRB, A terra é azul

Hino do CSA - A terra é azul

O sexto CD (cesteiro que faz um sexto, faz um cento)


Amores do meu forró


Em 2005 o forrozeiro volta à cena em
Amores do meu forró. Pela primeira vez, um CD 100% autoral. Em compensação, traz três convidados ilustres: Alcymar Monteiro, em Carga Dividida; e Luiz Vieira e Rildo Hora, em Liberdade no Alçapão. Destaque também para Bem-vindo a Caruaru, uma exaltação do alagoano à Capital do Forró.

De onde é que vem o Baião? Vem debaixo do barro do chão.(Gilberto Gil)

"Humberto era a pólvora e Gonzaga era o canhão. Quando os dois se juntavam...bum!!!!" (Otto)
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"Comecinho dos anos 40 e a guerra comia no centro, lá na Europa. Aqui no Brasil, na Guanabara, um pernambucano de Exu, filho de Januário, nem sabia que começava uma guerra pela dignidade de música nordestina, tratada, à época, pela crítica acadêmica, como uma coisa menor, de mau gosto e sem importância. Em vez da espingarda, a sanfona; em vez da baioneta, o baião.
Luiz Gonzaga é o none do cabra que chegou para mostrar pro mundo como se dança o baião. Era só fazer o favor de prestar atenção para ver que a diversidade rítmica que predominava nos forrós (como eram conhecidas as animadas festas nordestinas), permitia linhas melódicas e sequências harmônicas que abrigariam qualquer temática poética.
Nascia a Academias Forrozeira de Letras. Imortais como Humberto Teixeira, Zé Dantas, Gordurinha, Jão do Vale, Luiz Bandeira, Luiz Vieira e haja Luiz, teciam peças de arte, tão nordestinas quanto universais, que ganhavam vida nas vozes de Ari Lobo, Jackson do Pandeiro, Marinês, Camélia Alves e, claro Luiz "Lua" Gonzaga, o Rei do Baião. Página a página, se escrevia um livro que não se pretende finito, posto que engorda a cada nova edição.
Na condição de soldado raso, me alistei nas tropa do Comandante Lua, Marechal-de-Campo (e de cidades), e engajado em sua em empeleitada, cantando as dores e os "Amores do Meu Forró", venho honrando a farda, empunhando sonhos e esclando as barricadas do preconceito, para hastear, na cumeeira da cultura musical brasileira, o pavilhão da nação forrozeira.
Maceió-AL, 14 de março de 2005 - Dia Nacional da Poesia".
(Texto extraído do encarte do disco "Amores do Meu Forró)

A cortesã

A terra é azul - Folclore alagoano - De novo outra vez - Cisne Branco - Canção do Expedicionário

segunda-feira, 29 de março de 2010

O sétimo CD


Brasil - Hinos à paisana

Em 2009, depois de um intervalo de três anos sem lançar disco novo, o forrozeiro que investira no frevo em 2004, amplia o leque de gêneros quando aceita a convocação dos hinos e canções patrióticas e grava Brasil - Hinos à paisana. Tal projeto tem sua origem na boa receptividade do público pra sua interpretação, primeiro do Hino de Alagoas e depois, do Hino Nacional Brasileiro. Numa auto-pesquisa feita nas lembranças, definiu o repertório de dez dos mais representativos hinos do nosso cancioneiro cívico. Destaque para a introdução cantada no Hino Nacional e para a variação rítmica no Hino da Independência. Ressalte-se que os hinos foram gravados com acompanhamento de música popular, o que suscitou a expressão à paisana para sugerir a ausência da banda marcial, tradicional nesse tipo de registro fonográfico.

Algo a respeito do todo

(Texto ezxtraído do encarte do disco)

Histórica e tradicionalmente de cunho marcial, os hinos nasceram a partir dos dobrados que embalavam as mrchas militres nas campanhas de guerra.

Dito desta maneira, nem parece que estamos falando de canções.

É de se esperar que a brava gente brasileira, que ouviu o brado retumbante sob as asas da liberdde, encerre afeto no peito juvenil e seja da Pátria a guarda, por mais terras que percorra como filhos altivos nos ares e nos verdes mares de norte a sul, ao tremular do pendão que ninguém manchará.

É mais ou menos na forma desssa colagem que indentificamos fragmentos de nossos hinos.

Parto de mim pra ilustrar minhas tese. Desde os dez anos que eu canto e toco violão. Aos 19, comecei a compor. Mas só no ano 2000, já aos 43 anos, eu pude me deleitar cantando o Hino de Alagoas, num momento cuja reverberação apadrinha este projeto. Dalí, entoar o Hino Nacional, também ao violão, apesar da progressão natural, pareceu-me a conquista do Pico da Neblina. Era como tomar posse dos hinos. Era a concretização literal do domínio público. Quebrava-se a regra. Acentuava-se o encanto.

Assim, munido de espírito revitalizador e longe de querer despir os hinos de suas fardas epiteliais, apresento-os em trajes informais para que possam integrar o cancioneiro popular e transitar os espaços poético-musicais, exibindo a mesmas desenvoltura com que permeiam nossas lembranças.

Vamos nos permitir o contato amiúde com eles, desfrutá-los e reconhecê-los, inclusive à paisana.

Hino Nacional Brasileiro

Canção do expedicionário

Hino da Independência

Carnaval com um Cisne Branco

Cisne Branco

O oitavo CD

Alagoaníssimo
Os hinos e canções cívicas passaram a incrementar meu repertório a partir da interpretação do Hino de Alagoas, num memorável 17 de maio do ano de 2000.
Navegando em Arriba Sururu, tomei gosto em falar Das coisas da minhas terra e aportei em Maragogi. Com Ponta de lápis rabisquei Minha Sereia. Dei à luz o Hino de Maceió, de Moliterno e Trigueiros, sem abrir mão da clássica Maceió, do mineiro Lourival Passos, nossa logomarca sonora eternizada pelo Rei do Baião.
O viçoso Folclore Alagoano dança o coco na Biá-tá-tá, de Hekel e Altavila, e nos amarra com os cordões do Pastoril de sempre.
É o encanto de nosso estado, com sua Capital Americana da Cultura, que se traduz na Canção do turista.




(Texto de Eliezer Setton, extraído do encarte do disco "Alagoaníssimo" , através do qual o artista apresenta, num pitoresco jogo de palavras, o repertório do do CD.)

Canção do turista

Hino de Alagoas -



"Mas só no ano de 2000, já aos 43 anos, eu pude me deleitar cantando o Hino de Alagoas, num momento cuja reverberação apadrinha este projeto."

(Fragmento do texto assinado por Eliezer Setton, no encarte do disco "Brasil - Hinos à paisana".)