terça-feira, 30 de março de 2010

De onde é que vem o Baião? Vem debaixo do barro do chão.(Gilberto Gil)

"Humberto era a pólvora e Gonzaga era o canhão. Quando os dois se juntavam...bum!!!!" (Otto)
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"Comecinho dos anos 40 e a guerra comia no centro, lá na Europa. Aqui no Brasil, na Guanabara, um pernambucano de Exu, filho de Januário, nem sabia que começava uma guerra pela dignidade de música nordestina, tratada, à época, pela crítica acadêmica, como uma coisa menor, de mau gosto e sem importância. Em vez da espingarda, a sanfona; em vez da baioneta, o baião.
Luiz Gonzaga é o none do cabra que chegou para mostrar pro mundo como se dança o baião. Era só fazer o favor de prestar atenção para ver que a diversidade rítmica que predominava nos forrós (como eram conhecidas as animadas festas nordestinas), permitia linhas melódicas e sequências harmônicas que abrigariam qualquer temática poética.
Nascia a Academias Forrozeira de Letras. Imortais como Humberto Teixeira, Zé Dantas, Gordurinha, Jão do Vale, Luiz Bandeira, Luiz Vieira e haja Luiz, teciam peças de arte, tão nordestinas quanto universais, que ganhavam vida nas vozes de Ari Lobo, Jackson do Pandeiro, Marinês, Camélia Alves e, claro Luiz "Lua" Gonzaga, o Rei do Baião. Página a página, se escrevia um livro que não se pretende finito, posto que engorda a cada nova edição.
Na condição de soldado raso, me alistei nas tropa do Comandante Lua, Marechal-de-Campo (e de cidades), e engajado em sua em empeleitada, cantando as dores e os "Amores do Meu Forró", venho honrando a farda, empunhando sonhos e esclando as barricadas do preconceito, para hastear, na cumeeira da cultura musical brasileira, o pavilhão da nação forrozeira.
Maceió-AL, 14 de março de 2005 - Dia Nacional da Poesia".
(Texto extraído do encarte do disco "Amores do Meu Forró)

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